domingo, 28 de dezembro de 2008

Novas fotografias no site



Na tentativa de acabar 2008 mais ou menos bem, publiquei hoje novas imagens no site, a maior parte delas senão todas de Lisboa, pois ando a fazer um trabalho sobre a capital e minha terra natal.

Podem ver em "Pontas Soltas" e em "Gawa". Há também novas fotografias em "Humanos" .

Irei brevemente adicionar uma página entitulada "Cidades" , que ficará reservada para fotografias tiradas a todas as cidades que eu visite e fotografe excluindo-se somente o Porto, pelas razões que todos conhecem.

Aproveito o ensejo para desejar a todos os meus amigos e amigas, Boas Entradas em 2009 e que seja um ano de boa produção fotográfica para todos.

Um abraço

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Sensores e objectivas

Com a cada vez maior proliferação de novas máquinas fotográficas digitais que vêm equipadas cada vez mais com "gadgets" que muitas vezes pouco ou nada têm a ver com a imagem fotográfica, chego cada vez mais à conclusão de que na realidade a fotografia pouco  mudou, sendo que o digital conforme digo em post anterior, é mais uma conveniência do que uma filosofia em si.

Assim, o que actualmente conta mesmo para uma boa imagem, é precisamente o que contava anteriormente há muitos anos atrás: um bom sensor ( o "filme" nas máquinas analógicas ) e a qualidade das objectivas.

Para quem fotografa em "cru", são estes dois factores que contam mesmo, sendo que para quem fotografa em JPEG, a forma como o processador da camara trabalha a imagem nesse formato , é também determinante.

Assim penso que o fotógrafo tem de saber bem o que compra - em função do seu tipo de fotografia - e deve dar uma atenção muito especial aos "vidros" que quer comprar.

Prefiro ter uma máquina média , com um bom sensor e objectivas de topo, do que o inverso.

domingo, 28 de setembro de 2008

Mais fotografias no site


Desta vez, aproveitando uma feira de automóveis clássicos, fui na companhia do meu amigo Francisco Amaral, visitar a exposição patente na Exponor.

Para além de ter encontrado também os meus velhos amigos Zé Medeiros e Luis "Franks", o que me deu imenso prazer, andei a bater umas chapas a pormenores, pois que dentro do pavilhão nao dava para tirar a mais nada, devido aos fundos indesejaveis que apanhava. O Xico bem me dizia " oh pá, depois cortas " mas como sou "quadrado" nestas coisas fotográficas, pois tirei ao que se enquadrava no meu modo de fotografar.

Fui munido somente de 2 objectivas, que transportei dentro do meu colete de fotógrafo, o qual estava esquecido há muitos anos dentro de um armário, sendo que utilizei quase sempre a minha excelente Nikkor 85mm f/1.8 e por duas vezes a Sigma 10-20mm. E apoiei sempre a D200 no meu tripé Manfrotto. Nada como compor ao milimetro as imagens.

Mais uma vez chego à conclusão de que uma lente "prime" de distancia focal fixa, é sempre melhor que qualquer zoom e as imagens são disso exemplo. Tenho de renovar, quando me for possivel, o meu parque de "objectivas ", para abandonar de uma vez por todas as zooms, por muito boas que elas sejam.

As imagens podem ser vistas aqui 

Espero que gostem. Eu gostei e vou repetir.A próxima paragem será no Auto Museu da Maia.

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Leica S2 - A Leica "acordou "...?

Pois é, parece que sim, parece que a Leica acordou mesmo e ressuscitou.

A nova DSLR da marca - anunciada hoje e concebida na Alemanha, ora pois - promete muito, pelo menos no papel.

Primeira novidade: a S2 não será uma full-frame,...mas terá um sensor ainda maior que uma full-frame - 56% maior - com 45x30mm e terá 37,5 Megapixeis. Pelo tamanho do sensor, fica entre um full-frame - 36x23.9mm - e um "meio formato" - 48x36mm.

Sensor maior, maiores os pixeis, sendo que a densidade por cm2 deverá ser igual às full-frame topo de gama das outras marcas. À priori, deverá estabelecer critérios de performance em termos de qualidade de imagem muito para além das "full-frame" topo de gama actuais.

O sensor é um CCD - em vez de um CMOS ( temos pena ) - e a máquina é um "monstro" porque é mesmo enorme - muito a meu gosto, diga-se - e é direccionada ao mercado dos profissionais sem dúvida alguma , até porque o preço deverá "acompanhar" o tamanho do "animal".

Será acompanhada por nove novas objectivas da Leitz/Leica - dispensam quaisquer apresentações, devido à mais do que reconhecida qualidade das mesmas ( e porventura fabricadas em V.N.Famalicão ) - que vão desde os 24mm aos 210mm, sendo que só existirá uma zoom - 39~90mm - e uma 30mm "tilt & shift". De notar uma super rápida 50mm Noctilux f/0.95 - sim leram bem, f/0.95 - e duas Summilux f/1.4, uma de 21 mm e outra de 24 mm. De objectivas estamos conversados, não estamos ? Claro que estamos. Eu até estou parvo. Uma 50mm f/0.95, meus senhores e minhas senhoras, gostava eu de fotografar com uma "velocidade" destas.

O sistema terá também dois obturadores, o normal obturador de plano focal dentro da máquina e obturadores de folha dentro das objectivas para sincronizações altas com flash.

No fundo o que a Leica fez, foi juntar numa só máquina os parametros de performance de uma camara de médio formato com a ergonomia e usabilidade de uma camara tamanho "35mm".

A ver vamos no que isto vai dar, sendo que pessoalmente nao me acredito que a Leica, com todo o nome e misticismo que a marca tem, fosse meter uma argolada se nao soubessem mesmo o que estão a fazer. Seria a morte deles, mas por vezes há surpresas desagradaveis.

Se eu ganhasse o euromilhões, podem ter a certeza que comprava o sistema completo: máquina, objectivas e punho. Sempre sonhei um dia dedicar-me ao médio formato e esta seria sem dúvida a minha opção.

Aguardemos com serenidade...os resultados, nao o euromilhões ! Podem ve-la aqui

sábado, 20 de setembro de 2008

Fast Stone Image Viewer 3.6

Saiu a versão 3.6 do FSIV.

Não sendo um programa direccionado para a edição de imagem - apesar de se poderem editar imagens de forma simples - é contudo um excelente browser de imagens e nao só. 

Muito completo a nivel de funcionalidades geralmente afectas a este tipo de programas, continua a ser o meu preferido para navegar nas imagens que tenho, - usei ultimamente o XNView mas de um modo geral e para o fim a que se destina, prefiro o FSIV - podendo abrir a partir dele, os programas de edição que uso, nomeadamente o Gimp e o Capture NX.

Leve no sistema, muito customizavel, é um programa que vale a pena ser descoberto.

Podem encontrá-lo aqui

A fotografia requer paciencia e determinação

Já aqui disse num post anterior, que a fotografia pouco mudou, sendo que a fotografia digital é mais uma conveniência de processos do que uma filosofia em si.

Há uns tempos atrás falando com alguém que se dedica também à fotografia, ouvi que tudo era muito bonito mas que depois o "revelar" a imagem no "laboratório digital" é que seria importante, senão o mais importante de tudo.

Retorqui que assim não era. A imagem - seja analógica ou digital - nasce na máquina fotográfica e tão melhor será a todos os niveis quanta mais paciência tenhamos no momento em que a estamos a compor e a ajustar em termos de medições.

Após isto, obviamente que a mesma tem de ser "revelada" , especialmente se for capturada em "cru", sem qualquer tratamento por parte do "processador" da máquina fotográfica. E obviamente que ao fazermos esta revelação devemos não só conhecer a fundo o software que temos, como também termos a noção no que, em que e quanto devemos "mexer".

E isto ,este trabalho de "revelação" digital, leva o seu tempo e requer muita paciencia e determinação por parte do fotógrafo, sendo que quanto mais tempo gastarmos na captura, menos tempo estaremos sentados à frente do computador.

E mesmo assim...a coisa demora tempo. Mas este tempo gasto desde a captura até ao resultado final após o processamento da imagem, é para mim o encanto da fotografia digital, tanto quanto eram as horas que passava na minha camara escura analógica, há muitos anos atrás.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Nikon Coolpix P6000

A Nikon lançou a sua nova compacta, a Coolpix P6000, de 13.5 MP's. E esta será quase sem dúvida alguma o alvo do meu proximo investimento.

Quando comprei há dois anos a pequena e excelente Canon Powershot S80 de 8MP's - a qual deu origem a algumas boas fotografias em tamaho A3+ que tenho para exposições - a Nikon nao tinha camara compacta para lhe fazer frente. Para mais com uma excelente objectiva 28-105mm f/2.8 que a Canon tem. A unica coisa que a Canon nao tem - ao invés da sua predecessora S70 - é a possibilidade de fotografar em RAW.

Pois a Nikon P6000 vem também com uma objectiva 28-105 F/2.7, -os 28 mm são para mim essenciais e o minimo que aceito ( pena nao haver com 24mm ) , - com um sensor de 1-1/7 de polegada - maior para albergar mais pixeis e manter a densidade dos mesmos tão baixa quanto possivel - fotografa em RAW - essencial para o meu trabalho -  tem GPS incorporado , estabilizador de imagem, um hotshoe externo para flash , dando a possibilidade de usar todo o sistema de flashes da Nikon e que é considerado no meio como o melhor e mais versátil sistema de flash do mundo, entre outras "mariquices" e a um preço estimado de 350 euros.

Sempre disse a quem me queria ouvir que a Canon faz melhores máquinas compactas do que a Nikon. Será que a Nikon acertou no alvo desta vez?

A ver vamos a qualidade de imagens da mesma ( 13.5 megapixeis num sensor daquele tamanho, mesmo maior, é algo que me assusta ) - Jpegs e Raw's - e talvez venha a ser a minha próxima compacta, de forma a dar algum descanso à D200  e às minhas costas, quando ando com o sistema todo atrás.

Sony Alpha A-900

A Sony lançou também o seu topo de gama, a Alpha A900, uma full-frame de 24.3 MP's efectivos.

Aproveitando todo o "know-how" da ex Konica-Minolta e o seu - da Sony -  reconhecido conhecimento no campo dos sensores e eléctrónica, pois cá está esta DSLR com um sensor CMOS.

Tem a meu ver o melhor punho extra do mercado - o mais bem desenhado - parecido com o da A700. Pode usar como todas as outras Alpha, as objectivas Sony, Carl Zeiss e também as Minolta. Portanto  escolha em objectivas nao falta.

Lembro-me quando a Sony comprou o "departamento" de fotografia da Konica-Minolta, - a Konica Minolta Maxxum 7D era uma máquina excelente - ter dito cá em casa que a Sony ia dar que falar.

E acreditem que vai mesmo. Mas a prova do pudim...está na qualidade de imagem.

A ver vamos. Uma coisa é certa: a máquina é lindissima a meu ver, relembrando as SLR's de filme antigas, nomeadamente a Canon A1,Canon F1, Nikon F2 , Olympus OM1 e OM2, entroutras.

Nikon D90

Anda tudo maluco e a lançar novas máquinas. A Nikon lançou agora a D90, que substitui  a excelente e fiavel D80. Com 12.3 megapixeis e um sensor CMOS , promete vir a ser uma máquina de meio de gama que vai dar que falar.

É também a primeira máquina DSLR que permite filmar, mas isto para mim já é uma "piliçe" desnecessária.

A ver vamos.

Novas Canon EOS 50D e EOS 5D MkII

A Canon lançou as suas novas DSLR's, a Canon EOS 50 D de 15 MP's e a EOS 5D MK II, de 21 MP's.

É evidente que a filosofia da Canon é diferente da filosofia da Nikon: Corrida aos megapixeis.

Por vezes nao entendo bem esta corrida, pois que pessoalmente penso que os megapixeis têm essencialmente a ver com o tamanho de impresssão das fotografias que se produzem. E numa full-frame , em que o tamanho do sensor não pode ser maior do que aquilo que é, quanta maior densidade de megapixeis, maior é a compressão dos mesmos o que de uma forma directa irá sem dúvida influenciar a qualidade de imagem.

Seja como fôr, esperava ver nestas novas Canon's a possibilidade de se usarem objectivas para sensores APS/cropped - nao full frame - mesmo que obtendo imagens mais pequenas, mas não. É pena sobretudo para quem tem já algum investimento em objectivas para sensores APS/cropped. Neste particular penso que a Nikon foi mais inteligente, pois quem comprar umas D700 ou uma D3, pode usar os dois tipos de objectivas.

Pensa-se que a Nikon vá fazer uma D4 com mais de 20 Mp's , com essa possibilidade também, o que e usando uma objectiva DX, se pode capturar a cerca de 12 MP's, o que é mais do que suficiente para impressões até ao tamanho A3+ ou mesmo A2.

De qualquer maneira, estas novas "entradas" da Canon vão dar que falar sem dúvida, pois serão máquinas de excelente qualidade, a exemplo das suas antecessoras.

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Opera Browser

Porque razão coloco aqui um post sobre um browser de internet ? Vão já compreender de seguida.

O Opera , apesar de muito pouco conhecido ou utilizado, é para mim o mais rápido e seguro browser da internet. Já os experimentei todos, desde o IE7, ao Firefox, e a todos os "clones" que usam o motor Trident do IE , ou o motor Gegko do Firefox  e o Opera é desde há muito tempo - já vai na versão 9.5 e comecei-o a utilizar na versao 7.0 há uns aninhos atrás - o meu browser de eleição. Porquê?

Em primeiro lugar a rapidez do mesmo a abrir páginas web; em segundo lugar por trazer com ele um sem numero de funcionalidades -sem serem add-ons como no Firefox - que o tornam extremamente seguro e customizavel pelo utilizador; em terceiro porque foi o Opera que nos anos 90 introduziu o "tabbed" browsing, quando os outros ainda nem sabiam o que isso era; em quarto lugar porque tem incluido um RSS newsreader, um downloader Torrent, um excelente programa de email entroutros;

Mas o que mais gosto no Opera tem a ver com a fotografia. Porquê? Porque é o unico que tem um visualizador das propriedades de uma fotografia que estejamos a ver, dando acesso a toda a informação metadata da mesma, ou o chamado "ficheiro Exif". Isto desde que a metadata esteja apensa á fotografia que estamos a ver e nao tenha sido excluida após a edição de imagem. O Firefox tem um add-on que tenta fazer o mesmo mas que nao é de todo tão eficaz quanto esta funcionalidade presente no Opera.

Por todas estas razões e mais algumas, "Opera rules"

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

A importância de bem calibrar os monitores

Tudo na fotografia digital é importante e deve ser cuidadosamente escolhido e parametrizado de acordo com as nossas necessidades.

Desde a escolha do hardware - máquinas, objectivas e demais acessórios relacionados, impressoras, scanners, computadores, monitores, etc - a suportes - papel, tintas - software de edição de imagem, etc, tudo tem a sua importância no resultado final das imagens que produzimos.

Não menos importante e pertinente é a correcta calibragem dos monitores dos nossos computadores que muitas vezes nem nos lembramos de a fazer acertadamente. O resultado - ou mau resultado - pode ser à partida uma má reprodução das cores e  tonalidades, um visionamento errado da  escala tonal e dinâmica. E o que resulta disso é por exemplo nós trabalharmos uma imagem de determinada forma nos nossos computadores e quando a mesma aparece num outro computador, nada tem a ver com aquilo que fizemos em termos de aproveitamento dessas mesmas tonalidades e pequenas nuances que podem existir na imagem.

E pensamos: "mas que raio se passa aqui? É o meu computador que está mal calibrado ou o computador do outro?"

Existem inúmeros calibradores profissionais, caros mas quero aqui deixar duas pistas interessantes para que possamos pelo menos ter uma ideia de que até que ponto os nossos monitores estão minimamente calibrados de forma correcta.

A primeira pista encontra-se aqui.

Podemos de forma simples e rápida ajustar os nossos monitores em termos de brilho e contraste , sem termos de dar voltas à cabeça. Mais simples que isto, nao deve haver.

Para ajustar o "gamma", podemos ir aqui.

Ou até aqui

Basta para tal, seguir as instruções e ajustar os diversos parametros. De referir que o gamma normal de um computador com sistema operativo Windows é de 2.2. e de 1.8 em Mac.

Depois existe também um software que é independente de qualquer driver de monitor que tenhamos instalado e que nos proporciona um sem número de modificações seguras que podemos fazer nas nossas placas gráficas. Esse software chama-se "Powerstrip" e pode ser encontrado aqui

O programa pode ser usado de forma gratuita e o registo custa pouco menos de 20 euros, pagamento único com direito aos upgrades gratuitos.

Boas calibragens

segunda-feira, 21 de julho de 2008

A Couve

Defendo que tudo, absolutamente tudo é passível de ser fotografado. Inclusivamente coisas que nunca nos passariam pela cabeça fotografar.

Fotografei uma simples couve - nao tinha nada para fazer e muitas vezes quando nao temos nada para fazer e se tivermos a máquina fotográfica connosco, vemos coisas que se calhar nem viamos -  e gostei do resultado final.

A luz, o detalhe e a composição, sem qualquer corte, ficaram do meu agrado.

A objectiva usada foi a excelente Nikkor 85mm f/1.8

Podem ver a minha couve aqui

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Nikon F e F2 - as SLR's que mudaram o mundo da fotografia 35 mm





São sem dúvida as máquinas de mais sucesso em todo o mundo e que vieram revolucionar  o mundo da fotografia de 35mm desde então. São autênticas lendas, verdadeiras estrelas no universo da fotografia de 35mm.

Um pouco de história. Recuemos a 1959. Apesar dos japoneses na altura estarem a ser a novidade no sector - se bem que a indústria japonesa neste mesmo sector já existisse há largos anos ( a Konica é a marca mais antiga de máquinas japonesas ( 1873 ) seguida pela Nikon ( 1917 ) e pela Asahi Pentax ( 1919 ) - toda a gente sabia que os alemães eram os lideres inquestionáveis. As Leica eram as máquinas "rangefinder" profissionais mais vendidas e as Rollei TLR as preferidas no formato 120. Para além disto, as excelentes ópticas produzidas pela Carl Zeiss, deram origem às Contax e Contarex. Só comprava máquinas japonesas, quem nao tinha dinheiro para comprar as alemãs.

As SLR eram tidas como máquinas muto lentas, - o primeiro fabricante mundial a fazer uma SLR, foi a Asahi-Pentax, com a AsahiFlex I - pois que os espelhos não tinham retorno automático e o diafragma nao era também automático. O que significava isto ? Tão simples como que, quando se tirava a fotografia, o espelho do pentaprisma ficava em cima e até que o filme fosse avançado, ficavamos a olhar para um buraco negro. O primeiro fabricante a introduzir o primeiro espelho de retorno automático foi também a Asahi Pentax, através da AsahiFlex IIb, em 1954, mas nem toda a gente se conseguia adaptar à inovação. E permanecia o velho problema do diafragma nao ser automatico: se tirassemos uma fotografia a f/16 por exemplo, depois da fotografia tirada, o diafragama permanecia em f/16 e nao voltava à sua abertura mais rápida, a não ser manualmente. Ora era mais uma operação que o fotógrafo tinha que fazer antes de tirar nova fotografia: voltar a colocar o diafragma da lente na sua abertura máxima, de forma a poder novamente ver com claridade uma nova fotografia a ser tirada.

A luta entre fabricantes para desenvolverem a SLR do futuro, era renhida nos anos 50. Apesar de alguns deles parecerem estar no bom caminho - nomeadamente a Asahi-Pentax ( hoje só Pentax ) ,que foi sem dúvida a grande impulsionadora na altura - nenhum deles tinha na realidade uma SLR 35mm profissional, que fizesse realmente frente às melhores "rangefinders" do momento. Até que apareceu a NIKON F. 

Curiosamente no  Philadelphia Photo Show de 1959, apareceram 3 novas linhas de SLR's japonesas: a Minolta SR2, com uma objectiva Rokkor 55/f:1.8 com um preço de 249,90 US$, a Canon Canonflex com uma objectiva Canon 50/f:2 com um preço de 299.95 US$ e a Nikon F com uma objectiva Nikkor 50/f:2,com um preço de 359,50 US$.

A Nikon F apesar de mais cara, eclipsou as outras e tornou-se desde então a primeira máquina SLR 35mm profissional.  Os profissionais "emigraram" em bloco da Leica M ( e de todas as outras ) para a Nikon F , e até hoje a Leica nunca mais se recompôs. Mas mais do que a mudança de profissionais da Leica para a Nikon, o que ficou na altura provado foi que a industria fotográfica japonesa fazia finalmente frente à indústria fotográfica alemã. A partir de então os japoneses lideraram, deixando os alemães na tentativa de os apanhar. A Zeiss simplesmente abandonou o fabrico de máquinas fotograficas, a Rollei aguenta-se porque foi comprada pela Samsung, a Leica continuou o seu negócio de indole familiar, sendo que ficou com laços estreitos com a Yashica.

A Nikon F foi sem dúvida o grande ponto de viragem. Estava na altura muito à frente da concorrência em todos os sentidos. Mas porquê? Que tinha esta máquina de tão fantástico para de uma assentada, virar o rumo dos acontecimentos ?

Foi a primeira SLR a ter:

Possibilidade de motorização através de um motor portátil que avançava o filme automaticamente; conseguia 4 frames por segundo com o espelho bloqueado;

Uma gama de objectivas que iam desde os 21 aos 1000mm, desde o primeiro dia de comercialização;

Um visor que cobria o campo de visão a 100%;

Permitia o bloqueio manual do espelho;

Permitia ecrãs de focagem intermutáveis;

Contava com o primeiro sistema profissional, para além das objectivas, uma panóplia de acessórios vastíssima, que ofuscou toda a concorrência;

Contava também com um porta rolos opcional que se aplicava na parte de trás, que albergava até 250 fotografias, aquilo que os profissionais queriam para eventos desportivos;

Uma precisão de fabrico e robustez a toda a prova. Os profissionais ganhavam a vida com ela e nao queriam passar o tempo com visitas súbitas às lojas de assistência técnica; não se chegava às Leica ou Zeiss Contarex mas a diferença era tão ténue, que pouco importava;

Podia receber diversos visores e pentaprismas opcionais, - os famosos Photomic's - entre os quais o visor de visão superior, tipo máquinas de médio formato; era uma máquina modular,toda ela constituida por módulos que se intermutavam mutuamente;

Depressa a Nikon aumentou o leque de acessórios, criando o sistema mais completo e avançado de fotografia do mundo;

Foram produzidas  862,600 Nikon F e um dos anúncios mais populares nos anos 60 era:

" Hoje praticamente nao existe outra escolha "

Seguiram-se à F, a F2 , a F3, a F4 a F5 e a F6, todas elas referências no meio fotográfico mundial, mas nenhuma delas tão famosas quanto a F e a F2.

A F2, foi a evolução natural da F de tal forma, que alguns dos elementos de uma e de outra se podiam trocar entre si, dando uma liberdade excepcional ao fotógrafo que tivesse uma F e quisesse comprar o corpo de uma F2. Lançada em 1971 e produzida até 1980, a F2 nao só tinha melhoramentos importantes e significativos no que toca a F, que a tornavam ainda mais apetecivel e manuseavel pelos profissionais, mas sobretudo o sistema da Nikon que a acompanhou e foi evoluindo, permitiu que a F2 se tornasse uma máquina camaleónica, não havendo serviço fotográfico que nao se pudesse fazer com esta máquina excepcional. Se a F ficou famosa por ter mudado o rumo da fotografia 35mm, a F2 ficou famosa por ser a máquina profissional mais usada em todo o mundo. A Nikon dominava o sector. Para se ter uma idéia real do avanço que a Nikon tinha,na altura em que a F2 saiu, estava a Canon a iniciar-se neste mercado das SLR's profissionais com sistema dedicado, com a excelente e bonita Canon F1. Mas costuma-se dizer que "candeia que vai á frente, alumia duas vezes" e a F2 alumiou de tal forma, que a Canon F1 ficou sempre na sombra. Até a designação da Canon é uma inapropriada "cópia" da Nikon. Os diversos motores auxiliares da F2, podiam "acelerar" desde os 5 fps ( frames por segundo ) sem o espelho bloqueado, até aos 14 - sim quatorze - fps. Hoje , continua a ser a Nikon a conseguir mais frames por segundo, com a novíssima D3 que consegue entre 9 fps (modo FX) e 11 fps (modo DX) de forma e autofoco continuo.

A resistência e construção da F2 - superior já à F e não temendo desta feita qualquer comparação às Leica, - fez com que se espalhasse a "boca" de que a F2 era uma "arma de arremesso"...que tirava fotografias. Ainda hoje eu digo o mesmo da minha D200.

Muitas vezes perguntam-me: "Olha lá e se algum dia te tentam roubar a máquina na rua ? "

A minha resposta é sempre a mesma: " primeiro o gajo leva com a máquina nas ventas e se o larápio resistir ao impacto - o que duvido - então dou corda aos sapatos e piro-me ". Não deverá ser agradável levar com cerca de dois quilos de máquina arremessada nas trombas.

A Nikon F e a Nikon F2 ficaram a ser sem dúvida as máquinas SLR profissionais mais respeitadas e utilizadas em todo o mundo. Só haviam na altura - anos 70 -  dois sistemas que podiam comparar-se ao sistema da Nikon F2: o sistema da Olympus OM1/OM2 e o sistema da Canon F1.

Tenho uma Nikon F2A Photomic, que o meu pai me ofereceu em 1978, da qual me orgulho imenso, ainda hoje lhe pego com imenso carinho, é para mim a menina dos meus olhos - de nome Nikolina - com 30 anos de existência, muita pancada, mas que nunca, mas nunca precisou de nada a não ser a mudança das baterias do fotómetro, que em 30 anos...mudei-as somente duas vezes. Lembro-me que antes de comprar a minha primeira Nikon - uma Nikkormat FT2 em 1974 - o saudoso professor José Marques da Silva - que tinha uma Nikon F -  e causador principal deste minha paixão me disse:

 - " Olha lá , só compras Nikon ouviste? Se comprares outra marca nao falo mais contigo ". Valeu o que valeu. Na altura estava eu inclinado para uma Minolta SRT 303b ou para uma Canon, mas quando peguei na Nikkormat e ao lembrar-me das palavras dele, foi mesmo Nikon que comprei e nunca mais me arrependi da escolha.

Compreendem agora porque sou um Nikonista ferrenho ? Sou sim. Respeito as outras marcas sem dúvida. Tenho um especial carinho e admiração pela Olympus ( o meu filho mais novo tem uma Olympus E500 e eu trabalhei muito tempo com uma Olympus OM-1 - gostava imenso daquela máquina - a par da Nikon F2 )  e pela Pentax ; um saudosismo enorme pela Leica e Rolley - o meu pai teve uma Leica e eu uma Rollei 35 S, - e pela já nao existente Minolta ( que foi comprada pela Konica e depois a Konica-Minolta vendida à Sony )  e obviamente que sei que a Canon e a Sony têm produtos de muita qualidade ( afinal tenho uma Canon S80 e duas velhas Sony ).

Porém, a fotografia é feita pelo fotógrafo e nao pela máquina, seja ela qual seja, mas...uma Nikon...é sempre e será sempre uma NIKON

A importância ou não da quantidade de pixéis

Não nos deixemos enganar pela corrida a um maior número de pixeis, pois que nem sempre mais é melhor; há um sem número de factores que afectam a imagem digital. 

A qualidade de um valor de pixel, pode ser descrita em termos de precisão geométrica, precisão de côr, escala dinâmica, ruido e artefactos; a qualidade de um valor de pixel, depende do número de fotodetectores que são utilizados para a determinar, a qualidade da combinação da objectiva com o sensor utilizados, o tamanho dos fotodiodos, a qualidade dos componentes da camara, o nivel de sofisticação do processador da máquina, o tipo de ficheiro em que se grava a imagem, etc.

Sensores diferentes em máquinas concebidas de forma diferente, resultam em compromissos diferentes. Por exemplo, os resultados de uma objectiva de marca independente, pode ser diferente para a mesma imagem, se utilizada com a máquina A ou B.

A precisão geométrica por exemplo está relacionada com o número de localidades de pixeis no sensor e a capacidade da objectiva em “casar-se” ou acompanhar a resolução do sensor. Por isso o resultado de uma mesma objectiva poder ser diferente se usada em camaras distintas. 

Assim e objectivamente não há forma prática e infalível de medir ou comparar qualidade de imagem, num leque tão vasto de sensores e camaras diferentes. Por exemplo um sensor tipo Foveon de 3 megapixeis, utiliza 9 milhões de pixeis – 3 camadas de 3 megapixeis para cada uma das cores RGB – e é superior a uma imagem convencional - sensor Bayer - de 3 megapixeis mas inferior a uma imagem convencional de 9 megapixeis; um sensor Bayer de 6 megapixeis de uma compacta produz imagens inferiores em qualidade se compararnos a uma imagem produzida por um sensor Bayer de 6 megapixeis de uma DSLR, porque maior. A densidade de pixeis por cm2, é menor na DSLR, o que nos indica que os pixeis são maiores para o mesmo número de pixeisno sensor.

Por exemplo a Fujifilm, nas compactas, sempre foi uma referência na qualidade de imagem dos seus sensores. Costumava-se dizer que a Fuji fazia máqunas ao contrário dos outros fabricantes: um excelente sensor, numa máquina média, enquanto que os outros faziam uma máquina excelente para um sensor médio. Para além de serem sensores SuperCCD - os pixeis em vez de serem quadrados são octogonais - são sensores com o tamanho de 1/1.7 de polegada e a Fuji sempre preferiu sensores maiores para conseguirem pixeis maiores. Uma das referências da marca foi a Fuji F31fd, uma camara de 6,3 megapixeis, ( 14 mpixeis por cm2 ) com uma qualidade de imagem excelente, mesmo a ISO's elevados, sendo que actualmente as novíssimas F50fd e F100fd, com um sensor milimericamente maior ( 1/1.6" ) mas com 12 megapixeis ( 25mpixeis por cm2 ) continuam a ter uma qualidade de imagem muito boa, mas já em nada comparavel à da irmã mais velha, a F31fd, especialmente a ISO's mais elevados. E esta menor capacidade a ISO's mais elevados tem logo à nascença a ver, com a quantidade de pixeis comprimidos, numa quase idêntica area do sensor.

Assim o importante é sabermos para que vamos utilizar as nossas fotografias e nao corrermos atrás dos “ mais megapixeis” quando vamos comprar uma camara e estarmos contentes com as imagens que produzimos com a nossa máquina, para o fim a que se destinam. As necessidades de quem publica somente na internet ou quer ver somente as fotografias num computador ou publicar num albúm digital, é completamente diferente de quem quer imprimir as suas fotografias e mesmo dentro deste nicho, depende no tamanho em que as queremos imprimir.

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Nikon D700

A Nikon lançou agora a D700, uma full frame um patamar abaixo da D3 - a D3 é mais completa e mais direccionada para os profissionais - que tem em comum com a D3, entre outras coisas,uma função interessantissima: a indicação do horizonte visual, que permite que o fotógrafo tenha a noção da verticalidade ou horizontalidade da posição da máquina, o que vai evitar aquelas fotografias " com a maré a vazar " ou com " postes descaídos " que tanto me irritam , factor que passo a vida a chamar a atenção aos meus alunos e colegas, quando vejo imagens com esse defeito.


E pelos vistos vem aí uma D800 e uma D3x ( ou D4 ) com mais de 21 megapixeis.

Aguardemos com serenidade - eu tenho-a toda, pois a falta de graveto obriga-me a ser sereno.

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Exposição inaugurada

Foi inaugurada ontem conforme anunciado, a exposição colectiva Porto Folio, no espaço PT de Tenente Valadim.

Podem ver algumas imagens da exposição aqui

A exposição divide-se por dois pisos: no hall de entrada do edificio  - pintura, fotografia e ceramica - e no piso -2, ( somente fotografia ) junto ao refeitório da empresa.

Está patente até ao próximo dia 18 de Julho, aos dias de semana, das 10 às 18 horas.

domingo, 22 de junho de 2008

Novas fotografias publicadas no site

Acabei de publicar novas fotografias no meu site, nas secções Pontas Soltas e GaWa.

Em Gawa, algumas imagens do interior do Castelo de Setubal, muito bonito.

Em Pontas Soltas, pois fotografia de pormenor e de contrastes, bem ao meu jeito.

Espero que gostem.

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Exposição Colectiva no espaço PT de Tenente Valadim - Porto


Irá decorrer entre os dias 26 de Junho e 18 de Julho, uma exposição colectiva intitulada Porto Folio, na qual irei estar presente com o  meu trabalho sobre a cidade do Porto.

A exposição tem também representantes das artes de pintura e cerâmica, todas elas relacionadas com a cidade invicta.

Ficarei a aguardar a visita de todos aqueles, que apreciem ver a cidade do Porto, representada em tão diferentes modos de arte.

terça-feira, 17 de junho de 2008

Novas fotografias publicadas

Publiquei novas imagens no site, em todos os portfolios.

Uma mistura de umas capturas feitas num concerto de jazz no Contrabaixo Bar, na Praia de Mira há dois fins de semana atrás e umas imagens dos jardins do Palácio de Cristal, tiradas em 2007.

Estão convidados/as a passar por lá.

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Nunca desistir


Há imagens que se tornam verdadeiros desafios, quando ao revelá-las e editá-las não conseguimos a imagem que "fotografámos" com a nossa mente, na altura da captura.

Aconteceu-me esta semana com a imagem cujo link está no fim. Revelava-a, editava-a e...apagava-a. Andei nisto 4 dias, pois que os resultados não eram aquilo que eu tinha "visto". Para não contar com o tempo que tomei em cada uma das sessões de revelação e edição. Estive quase para desistir mas hoje disse para mim: raios me partam se não vou conseguir fazer a fotografia.

Como detesto mexer muito nas fotografias que faço, lá abri o Gimp e passo a passo, desde o ficheiro RAW, que depois de "revelado" foi transformado num *XCF.GZ, fui salvando os layers de ajuste que ia criando e no final, passada uma hora, lá cheguei ao resultado pretendido.

Muitas vezes não estamos com paciência para isto da fotografia , e eu muito menos pois não tenho grande paciência para estar a editar fotografias no computador, mas e se nao deitarmos as imagens que gostamos fora - e que estejam em condições de serem editadas sem manipulações gratuitas e pesadas -  lá chega ao dia em que temos mais paciência, maior atenção e sensibilidade e as coisas...surjem como por magia.

Pessoalmente, gosto imenso do resultado final, quer a nivel de composição, quer a nivel técnico. E acreditem que não foi uma fotografia fácil de "dominar". Mas isto é que dá pika.

A fotografia em questão está aqui

terça-feira, 3 de junho de 2008

Sigma 10-20 - f/4-5.6 EX DC HSM


As possibilidades criativas e de composição de uma objectiva super-grande angular são imensas e se bem aproveitadas, dão imagens "dramáticas" e com impacto. Para além disso são as objectivas ideais para fotografar paisagens, grandes espaços e no meu caso, para fotografia com perspectivas e composições radicais.

Os 28 ou mesmo 24 mm que geralmente estão associados à maioria das objectivas zoom standard é um pouco "curto" para mim e assim decidi comprar no Verão do ano passado uma super-grande angular a sério. Aliás, não comprei nada, pois foi a minha mulher que me a ofereceu.

Depois de ler tudo o que havia para ler sobre testes e comparativos, decidi-me pela Sigma 10-20.

Na corrida estiveram essencialmente 4 objectivas: a Nikkor 12-24, a Tokina 12-24, a Sigma 10-20 EX e a Sigma 12-24mm. Ainda não existia a Tokina 11-16 f/2.8 , que acabou praticamente de ser colocada no mercado e que se existisse na altura seria mais uma dôr de cabeça em termos de escolha , especialmente por ter uma abertura constante de 2.8. Mas...isso não significa que tenha melhores resultados de imagem final. Mas a Tokina é uma marca muito conceituada e portanto esta nova objectiva deve ser muito boa. Esperemos contudo que não sofra dos mesmos defeitos da Tokina 12-24, no que toca o controlo das aberrações cromáticas, distorções e poucas amizades com contraluz. A ver vamos.

Sendo que a D200 é uma camara de sensor APS-C "cropped" com um factor de multiplicação de de distancia focal de 1.5x , as distancias focais das objectivas têm de ser multiplicadas por este factor. Em termos ópticos, qualquer das propostas acima era muito boa, com a Nikkor a ter uma vantagem, seguida da Tokina e das Sigmas, sendo que as que tinham melhor controle sobre a natural deformação inevitavel eram a Nikkor e as Sigma. No controlo de aberrações cromáticas, a Nikkor e a Sigma levam a melhor sobre a Tokina, em termos de nitidez, também a Sigma tem nota alta em todas as distancias focais. Aliás a Sigma foi a primeira marca a atrever-se a fabricar as primeiras zoom super-grande angulares para o mercado digital, como provam os dois modelos mencionados e portanto os engenheiros da Sigma têm neste capitulo alguma coisa a dizer. Em termos de controle de deformações, a Sigma 12-24 a meu ver é a melhor delas todas, seguida pela Nikkor e pela Sigma 10-20. De notar que a Sigma 12-24 é uma objectiva "full", isto é, é feita quer para máquinas "full-frame", como a Nikon D3, Canon EOS 1Ds MKIII e EOS 5D, quer para máquinas "cropped frame", o caso da D200 e da maioria das DSLR's existentes. E se os resultados desta objectiva em "full-frame" são muito bons, em "cropped" são ainda melhores.

Mas sendo mais cara que a 10-20, decidi-me mesmo por esta última, pois que comparando com as outras, é uma objectiva que vale bem o dinheiro que se paga por ela. Para além do mais, os 2 mm de diferença na distancia focal mais curta, equivalem a 3,5 mm quando instalada na D200, o que é uma grande diferença e este foi o factor determinante para a escolha. A Nikkor é cara - a mais cara delas todas - com uma construção externa a meu ver pouco "Nikkor", sendo que as que têm melhor construção exterior global são a Tokina - excelente mesmo - e as Sigma. As Sigma têm também a seu favor um melhor controlo sobre exposições em contraluz. A Nikkor e a Tokina têm pelo seu lado a vantagem de serem "mais rápidas " como atesta a sua abertura constante de f/4, contra os f/4~5.6 da Sigma 10-20 e dos f/4.5~5.6 da Sigma 12-24.

Mas falemos então desta Sigma 10-20 que se "transforma" numa 15-30 na minha D200. Sendo uma objectiva da gama "EX" - o topo da gama da Sigma em termos de construção - é uma objectiva muito bem construida quer exteriormente, quer interiormente - 14 elementos em 10 grupos, com 3 lentes asféricas e 3 lentes SLD (Super Low Dispertion) - , com mecanismos muito suaves, precisos e sem folgas. A sensação de solidez é muito positiva. O sistema de focagem interno faz com o elemento frontal não rode, o que permite utilizar filtros polarizadores e parásol. O diametro dos filtros é de 77mm. Tem motor de focagem HSM – Hyper Sonic Motor – extremamente rápido e silencioso e permite focagem manual directa, para além de eliminar as aberrações provocadas pelos sistemas de focagem. A distancia minima de focagem em qualquer ponto de distancia focal é de 24mm ao plano de filme – neste caso ao plano do sensor. A objectiva pesa 465 gramas.

No terreno – ou nas imagens – pois o que é extraordinário é a nitidez em todas as distâncias focais e então se fecharmos a abertura para f:8, ficam muito boas. No que toca a distorções, apesar de bem controladas, este bom controlo nota-se mais na casa dos 15 a 20mm e menos na casa dos 10-12mm, mas mesmo assim, não nos esqueçamos que estamos a falar de uma super-grande angular, com uma distancia focal minima menor que qualquer uma da concorrência. Nada que contudo não seja muitissimo bem e facilmente corrigido no software - quer seja no PTLens quer seja no Gimp 2.4.

No seu todo, esta objectiva atendendo ao seu preço de venda – na casa dos 460 euros – é imbativel, pois que e só em termos de comparação, a Nikkor 12-24 custa 822 euros. A única séria concorrente desta Sigma 10-20, será sem dúvida a nova Tokina 11-16, sobretudo com a vantagem de ser mais "rápida" ou luminosa em todas as distancias focais – f/2.8. Se fôr tão "nítida" quanto a Sigma é e se controlar bem as distorções, é sem dúvida uma objectiva a ter em conta, pois que o seu preço anda na casa dos 520 euros, apesar de ser mais "estreita" em termos de distâncias focais, 11-16 = 5 mm contra 10-20 = 10 mm, o que garante à partida mesmo assim, um melhor controlo das aberrrações e deformações e por certo foi por isso que a Tokina resolveu "encolher"  a gama das distancias focais nesta sua nova objectiva. O certo é que e pelo meu lado, estou muito satisfeito com a Sigma 10-20 e recomendo-a aos amantes das super-grandes angulares. É  talvez, a objectiva que mais uso.

Podem ver algumas imagens feitas com ela, aqui
.

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Tripé Manfrotto 055 XProB e cabeça Manfrotto 808RC4


Sendo que o meu velhinho mas muito bom Velbon DGB3, com a sua cabeça de esfera Groschupp , está já com cerca de 30 anos de serviço duro em cima e com o desgaste normal que tinha de ter, tive de pensar na sua substituição, pois que em certas ocasiões uma das pernas do mesmo já não bloqueava devidamente - só por vezes, tinha mania - e tinha de ser eu a segurar no desgraçado para não ter surpresas na imagem final. Obviamente que a primeira marca que escolhi para ver foi a própria Velbon, que tem modelos em fibra de carbono de boa nota mas como não me preocupo muito com o peso, prefiro ainda os bons tripés com pernas de aluminio, bastante mais em conta e tão resistentes quanto os de carbono, apesar de mais pesados.

Existem a meu ver - e que eu conheça bem - 6 boas marcas de tripés para fotografia: os conhecidos Gitzo (franceses), Manfrotto (italianos), Velbon e Slik (japoneses), os menos conhecidos e menos divulgados Giottos (chineses) e os Feisol ( japonese ). Mais haverá mas só "apalpei" tripés destas 5 marcas. E falo nestas cinco, pois os tripés de topo da tabela de cada uma das marcas, são tripés que só pelo seu aspecto e construção, inspiram confiança. E nao falo nas marcas que fazem somente tripés para video, como a Vinten ( ingleses ), Libec ou Sachtler (alemães ) entroutras ou a própria Manfrotto. Aliás, a primeira vez que um Manfrotto se atravessou à minha frente, foi por intermédio do meu filho mais velho, que trouxe para casa um Manfrotto emprestado pela faculdade, um tripé de video - monstruoso - e fiquei impressionadíssimo com a qualidade do animal.

Como só compro coisas que veja ao vivo e porque me foi impossivel "apalpar" os Velbon, para além de ter visto os Gitzo - demasiadamente caros - optei pela Manfrotto. Assim decidi procurar no catálogo da marca, o tripé adequado para o meu material e acabei neste X55ProB, um dos tripés mais antigos da marca - mas sempre actualizado - e dos mais bem conceituados. O modelo 190XProB é em tudo identico, mas mais leve - e por isso não aceita as cargas do 055.

O tripé - de coluna rápida, isto é, sobe e desce directamente sem qualquer tipo de mecanismo - aceita cargas até 7 quilos - a minha D200 na sua configuração mais pesada, vai aos 3 quilos - e portanto sobram-me 4 quilitos para o que der e vier. Primeira constatação: a qualidade aparente do tripé é muito boa. As pernas são seccionadas em 3 lanços - o diametro das mesmas é de respectivamente 29,5 - 25 - e 20 mm - e a altura do tripé com as mesmas devidamente posicionadas , mas com a coluna central em baixo vai aos 142 cms e com a mesma toda subida vai aos 178 cms. As pernas apoiam no chão com pés de borracha muito grossa que adivinho resistam bem aos elementos e uso, apesar de eu preferir pés com espigões de aço / borracha ajustáveis. O topo do tripé tem um nivel de bolha. O tripé todo fechado fica nos 65,5 centímetros e pesa 2,4 quilogramas. Sendo que as pernas têm quatro angulos distintos de abertura, - 23°,45°,65°,88° - quando totalmente abertas permitem uma altura miníma de 10 centímetros ao solo. Muito baixinho mesmo e excelente para fotografia rasteira e macro. Duas das pernas são forradas a espuma de borracha /neoprene na sua parte superior, para os dias frios em que o toque com o aluminio é desagradável. Até estas protecções são de boa qualidade. Assim, a qualidade dos materiais é muito boa em todos os pormenores, sendo somente a parte exterior do manipulo que bloqueia a coluna central, forrada a plástico, se bem que de boa qualidade também, que a meu ver sai do "tom". As pernas são muito sólidas, de secção redonda, com fechos rápidos de carga ajustável pelo utilizador - prefiro no entanto os fechos de atarrachar, menos práticos é certo mas quiçá mais fiáveis, mas o tempo o dirá ( foi por causa de fechos como estes que a perninha do meu Velbon, passados 30 anos começou a ter" manias ", mas 30 anos são 30 anos ) e uma coluna central de secção triangular mas seccionada nas suas arestas, muito robusta também.

Ora e é nesta coluna central que a Manfrotto faz a diferença para quase todos os outros fabricantes, pois que a mesma pode-se colocar na horizontal, sem ter de a retirar do lugar. E digo quase pois a Giottos tem modelos que fazem o mesmo, mas de outra forma. Basta para tal subi-la toda, carregar numa patilha e "voilá": a nossa imaginação faz o resto. Os angulos possiveis são quase infinitos e no uso seguido, é que nos vamos habituando à mais valia que é ter uma coluna deste género e deixamos de a ver como um "gadget" pouco útil. Antes pelo contrário. Nesta posição horizontal e com a máquina colocada, dependendo da posição relativamente às pernas, é possivel colocar um contrapeso, num pequeno gancho colocado num dos laterais das estrutura superior do tripé. Também útil para zonas muito ventosas. Existe também um olhal para colocarmos uma alça para transportar o animal às costas.

Experimentei a estabilidade do tripé com os 3 quilos de D200 em cima, somente com dois lanços de pernas abertos e a coluna central na posição vertical e quase toda em cima e fiquei impressionado: nada mexe. Depois experimentei com a coluna na horizontal e se bem que a solidez do conjunto seja de confiança, não tem obviamente a mesma rigidez global se compararmos com a posição vertical. No fundo é como termos um peso de 3 kgs na ponta de um tubo de aluminio e se pensarmos desta forma, então a segurança e firmeza, é notavel. Os fechos rápidos das pernas "bloqueiam mesmo" as ditas e todo o conjunto inspira muita confiança, dando-nos a impressão que só um terramoto pode deitar tudo aquilo ao chão. A base superior da coluna onde se atarracha a cabeça é em aluminio maquinado de alta qualidade,com 3 parafusos em aço inox para "prender sem hesitações" a cabeça que escolhermos. Sendo que os italianos são mestres no aluminio e formas de o trabalhar, está quase tudo dito. Todo o tripé pode ser desmontado peça a peça, o que facilita a manutenção e substituição de peças, caso seja necessário. Traz uma chave própria para se ajustar as tensões de carga dos fechos rápidos, chave esta presa a uma das pernas mas com a qual devemos ter cuidado para a nao perdermos.

A cabeça escolhida foi a 808RC4, uma cabeça " pan & tilt ". Sempre fui adepto das cabeças de esfera, pois que são mais intuitivas e rápidas a trabalhar, sendo que no entanto o seu micro ajuste se pode tornar delicado, se não forem hidroestáticas ou se nao tiverem alguma regulação da sua fricção. Assim e no local onde comprei, não só experimentei as cabeças de esfera da marca, - muito boas mesmo mas as hidroestáticas muito caras - como uma cabeça inovadora, também da Manfrotto - 322RC2 - que no fundo é uma esfera, ligada a uma manete tipo de bicicleta, a qual vamos ajustando e ao largarmos, fica bloqueada na posição em que parámos a mão. No entanto não me dei bem no teste e ao experimentar a 808RC4 - confesso que não estava muito convencido antes de a experimentar , pois imaginava uma certa "prisão" de movimentos mas enganei-me redondamente - a decisão foi quase instantanea. E como o uso que faço do tripé é para fotografias estáticas de arquitectura ou de pouca luz, o interesse numa cabeça mais "rápida" ser relativo. Não não é uma cabeça para "acção". É uma cabeça para imagens calmas ou até para, e depois de se enquadrar as variantes, fazer uns bons "pannings" em corridas de automóveis.

Esta cabeça tem na sua base uma escala de 360º - para fotografia panorãmica - tem 4 niveis de bolha e 3 punhos extremamente ergonómicos e muito bem colocados - um para travar o "panning" ,outro para movimentos verticais e outro para horizontais. Tem também mais duas escalas em cada um dos seus eixos para que possamos fixar os valores da posição. É uma cabeça alta - alta demais, tem 15,6 centimetros - e pesa 1,4 kilos. Mas...toda ela "respira qualidade". Aceita cargas até aos 8 quilos e tem duas molas compensadoras nos seus eixos vertical e horizontal, que compensam o peso do material. Bem pensado. Estas molas podem ser desactivadas. A escala de movimentos laterais e horizontais vai desde os -30º aos +90º, que e em conjunto com a versatilidade da coluna do tripé, nos permite angulos quase infinitos de se fazer a captura. Todos os movimentos são extremamente suaves, macios e quando se bloqueiam os punhos, a máquina fica mesmo "congelada" no seu sitio. Não tenham dúvidas. A cabeça além de ficar atarrachada à coluna do tripé, tem também mais 3 parafusos de segurança vindos da cabeça do tripé, que a bloqueiam completamente à sua base, "por via das dúvidas". A sapata de encaixe/desencaixe rápido é uma sapata larga e grande, - portanto com um bom suporte - em aluminio, com parafusos e furos de diversos diametros para aceitar o mais diversificado material. Depois de colocada na base da máquina, - coloquei-a e vai "morrer lá" - o seu encaixe na cabeça é extremamente fácil, rápido, preciso e seguro e o seu desencaixe só acontece depois de accionarmos um duplo dispositivo de segurança na sua alavanca principal, que sendo rápido depois de nos habituarmos, é mesmo seguro, pois que nunca o poderemos accionar acidentalmente e vermos o material a estatelar-se no chão.

Concluindo: se procuram um tripé de muita qualidade, fiável e robusto, com uma cabeça a condizer, - se for o tipo de cabeça adequado ao vosso trabalho - esta dupla é uma dupla muito bem sucedida e competente. Um óptimo companheiro para o meu mini-tripé da Slik, que agora herdou a cabeça de esfera Groschupp que estava no velhinho Velbon, o qual agora descansa depois de bons serviços - e maus tratos - ao longo de 30 anos.

Testes e opiniões


Comecarei a deixar por aqui os meus pareceres sobre o material que tenho e não só, de forma a poder ser uma fonte de opinião tão isenta quanto possivel sobre equipamento.

Não sou "emocionalmente" ligado ao equipamento que uso, sendo que se me agrada e cumpre as suas funções a 100% , di-lo-ei, se me agrada menos, pois agrada mesmo menos e será passivel da minha opinião séria e desligada.

Espero que seja de utilidade para os visitantes.

sexta-feira, 30 de maio de 2008

Material adequado


O material deve ser adequado ao fotógrafo. Quer ao trabalho a que se destina, quer ao uso e abuso que o fotógrafo faz dele, quer ao tratamento que o fotógrafo lhe dá também.

Sou cuidadoso que baste com o meu material, sendo que presto especial atenção à limpeza do mesmo mas não sou muito cuidadoso no manuseamento que lhe dou. Por isso optar sempre por materiais pesados, robustos , bem construidos e que me dêm poucas ou nenhumas preocupações.

Quando muitas vezes estamos a capturar uma imagem ou a fazer determinado trabalho, concentramo-nos de tal forma na imagem que muitas vezes nem nos apercebemos de como tratamos o material. Isso acontece amiúde comigo, pois estando a imagem e captura em primeiro lugar, muitas vezes "esqueço-me" completamente da forma como manuseio as máquinas e os acessórios.

Por isso e pelo meu lado, ter de ter sempre componentes e acessórios que se coadunem com a minha forma "bruta" de estar na fotografia e o que é certo é que depois da escolha criteriosa que faço de cada componente - demoro muito tempo a optar pois que peso e torno a pesar todas as condicionantes, caracteristicas, performance  e " provavel resistência " do mesmo - nunca me arrependi das escolhas que fiz.

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Ou sai bem...ou não sai.


Uma das minhas frases preferidas na fotografia é que " um fotógrafo deve passar mais tempo atrás da sua máquina do que à frente do seu computador ".

No dia em que esta frase me veio à cabeça, estava longe de saber através dos tempos o quão certa a mesma está.

A fotografia é feita na máquina fotográfica e quanto mais bem feita ela ficar, menos tempo temos de passar atrás do computador, até porque os softwares, por muito bom que sejam não conseguem a partir de determinada fase da revelação digital, ultrapassar uma imagem que ficou má, especialmente - e a maior parte das vezes - no que toca a exposição.

Os softwares actuais têm uma série de ferramentas úteis, potentes e importantes que nos ajudam muitas vezes a encontrar o justo equilibrio nas imagens que revelamos. Só que esse mesmo equilibrio só é possivel de obter quando a imagem original é também equilibrada. Que adianta um software ter por exemplo "recuperação" de sombras ou luzes altas, se a informação contida na imagem original, não está lá ? Nao serve de nada e muitas vezes torna o resultado pior. Sou adepto da simplicidade e sobretudo de uma exposição cuidada quando capturamos a imagem.

Há uns dias fui parar a um local onde estava a ser exposta uma colecção de fotografias a cores -por sinal e no seu todo, bem conseguida - apesar do autor a meu ver "puxar" demasiado as cores no software. Se numas o efeito até que era agradável, noutras o exagero originou "posterizações" desnecessárias e que só o foram porque a imagem original " nao deixava " que se passassem os limites, apesar da teimosia do artista.

Resultado: algumas imagens não estavam de forma alguma capazes para terem sido impressas e muito menos expostas.

Portanto o que digo é que se tome atenção quando se tira a fotografia, de forma a que a mesma fique com um histograma equilibrado e consistente e resulte numa imagem equilibrada e agradável  de ser vista.

A fotografia conforme digo e repito, não tem segredos. Exige sim tempo e atenção.

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Definição de manipulação de imagens - A Minha


Tema quente, este da manipulação da imagem, nos meios da fotografia digital.

Antigamente na fotografia analógica - e digo antigamente pois que a mesma está moribunda - um fotógrafo limitava-se - pelo menos eu - a tirar fotografias com diversas objectivas, filtros de cor - que no PB davam diferenças notaveis conforme o efeito que se desejava - usavam-se filmes diferentes, mesmo que com sensibilidades iguais, pois que o resultado final era diferente também e depois do filme revelado, limitava-me a usar papeis de diverso grau, quisesse eu mais ou menos contraste na imagem final...e não se passava disto.

Hoje a coisa pia de maneira diferente, pois que as possibilidades dadas pela era digital são imensas senão infinitas. Cabe aqui a cada um, definir a sua forma de estar na fotografia e até que ponto é que quer ou não "esticar" a sua imagem final. Conforme digo, uma boa fotografia nasce na nossa cabeça, passa à máquina fotográfica e acaba na "revelação e ampliação da imagem". Mas nasce sobretudo na nossa cabeça e se virmos bem, acaba também na nossa cabeça na altura em que "vimos" a fotografia.

No fundo a pergunta que se coloca é assim: " para determinada fotografia, o fotógrafo produziu-a com a sua técnica na máquina fotográfica ou com a sua técnica no sofware de edição ?"

Obviamente que para revelarmos digitalmente as nossas fotografias, necessitamos do software apropriado, sendo que e na minha visão, não serão manipuladas as imagens que:

- resultem de uma única exposição ou captura;
- tenham os ajustes comuns "em toda a imagem" relativamente a curvas, balanços de cor, focagem, dessaturação para preto e branco, etc;
- tenham artefactos de poeiras ou sujidades no sensor, apagadas no software;
- tenham ajustes de aberrações cromáticas e lineares

serão manipuladas as imagens que:

- resultem de diversas exposições ou fragmentos diversos de várias exposições;
- tenham correcções de perspectiva;
- ajustes comuns "só em parte da imagem".
 
Isto vale o que vale, mas é o que eu penso sobre a matéria.

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Novas fotografias publicadas no site

Publiquei novas fotografias no site - 2 no album "Porto " e 7 no album "Pontas Soltas".

Não sendo fotografias novas - algumas são de 2003 - são fotografias que andavam aqui perdidas no computador.

No album Porto, uma vista da praia do Homem do Leme - photo 161 -  com a entrada do Porto de Leixões ao fundo - diz-me muito pois que naveguei neste mar durante muitos anos e guardo saudades imensas desses tempos -  e uma outra da Rua dos Caldeireiros - photo 160 - diferente de uma outra muito parecida - photo 156 . A diferença de uma para a outra , para além das máquinas em si, tem a ver com a perspectiva - na 161 ve-se melhor a Torre dos Clerigos - e a luz difere em muito, pois a 156 foi capturada perto do meio dia e a 161 por volta das 4 horas da tarde. Pessoalmente gosto das duas pois que bastante diferentes uma da outra, especialmente na luz capturada e por consequência...tudo muda.

No album Pontas Soltas, pois a 190, foi tirada perto de Trancoso. De um momento para o outro, e entrando mais para leste, as condições atmosféricas mudaram completamente para um dia cheio de sol, para o nevoeiro que se vê;  a 189, foi tirada em plena auto-estrada perto de Pedras Rubras; vi esta formação soberba de nuvens e parei o carro e nao resisti em tirar a fotografia; a 188 é um estudo feito a um "aplique" em casa do meu irmão, a 187 em Viana do Castelo à noite, a 186 um estudo feito na lareira de cá de casa, a 185 outra visão que tive numa estrada municipal perto de Mondim da Beira, a 184 e 183 um estudo feito aos globos de um candeeiro de tecto de casa do meu irmão, a 182 e 181, dois estudos realizados no Farol da Boa Nova em Leça e a 180 um estudo feito em Estremoz.

Espero que gostem

sábado, 3 de maio de 2008

Software - o que aconselho


Um dos aspectos em que os fotógrafos digitais mais se questionam é no software que podem e devem usar para a edição ou "revelação" das suas fotografias.

Como em tudo, penso firmemente que o software usado deve estar de acordo com as necessidades reais do fotógrafo, do tipo de fotografia que produz e sobretudo do grau de envolvimento que esse mesmo fotógrafo tem com a fotografia que faz. Para quê usar o Photoshop ou mesmo o Gimp, se o que se deseja é mesmo " dar um arranjo" às fotografias, ajustar niveis, cortar, redimensionar e publicar ? Não serve para nada. Aliás devo esclarecer outro ponto: o Photoshop e o Gimp NÃO SÃO programas especificamente direccionados para a fotografia , mas também para o design e produção gráfica.  Obviamente que se existe um programa tão forte quanto o Photoshop - o Gimp - e sendo grátis, fará eventualmente sentido utilizá-lo. Mas já lá chego.

Obviamente que os algoritmos de cada software, na forma como tratam as imagens, são diferentes e daquilo que experimentei - e acreditem que testei muitos programas de edição de fotografia - aqueles que recomendo de acordo com os graus de interesse fotográfico são os seguintes:

FastStone Image Viewer -
A minha preferência para navegar as minhas imagens no computador e inclusivamente categorizá-las.Este programa é como um "camaleão": tanto serve para a edição simples, como serve para navegar as imagens no nosso computador e outras tantas funções que oferece. Mas não se enganem quando digo edição simples, pois o programa é interessante em funções mais básicas de edição, não aceitando no entanto edição/criação de layers. Lê todo o tipo de imagens, inclusivamente imagens RAW dos diversos fabricantes de máquinas fotográficas. É direccionado aos principiantes mas devido ás suas capacidades "camaleónicas", pode muito bem servir outras necessidades junto dos fotógrafos mais interessados. O meu conselho é mesmo terem-no no vosso computador, pois para além de ser grátis, é "leve" no sistema; acreditem que vale a pena tê-lo instalado; outro similar e ainda com mais funções e capacidades é o XNView de que falo mais abaixo.

Grau de dificuldade de adaptação ao software e sua total exploração e uso: baixo.

Paint.net - Um programa grátis, direccionado para a fotografia digital e muito bom, que permite uma edição já razoavelmente avançada, autoriza a criação de layers e cujo interface é bastante simples e que segue as pisadas - de modo bastante mais despido mas também mais simples - do Photoshop. Penso que seja um excelente começo para quem quer começar a compreender e aprender a edição de imagens e porque é um programa essencialmente para fotografia digital, é um dos que recomendo para quem se queira iniciar nestas artes, nomeadamente os meus "alunos" dos workshops, pois que a nivel de fotografia digital é completo que baste...e muito mais. Aceita uma série de plug-ins proprietários e muito interessantes, alguns deles muito bem "escritos" e muito úteis. Tem também um plugin que lê imagens RAW , cuja edição é depois feita directamente no software - e sendo grátis...outro bom "investimento" para todos os fotógrafos, desde iniciantes a fotógrafos mais avançados, interessados e não só; excelentes capacidades e resultados finais. Um pouco lento por vezes mas nada de grave. É "updatado" regularmente o que é muito bom. Lentamente mas firmemente, começa a ser uma boa alternativa aos "grandes". Recomendado

Grau de dificuldade de adaptação ao software e sua total exploração e uso: baixo/médio.

Photoshop Lightroom - ora aqui está um programa 100% "dedicado" à fotografia, feito pela Adobe. Com um interface bastante apelativo - um dos
melhores layout que um programa de fotografia pode oferecer, com aspecto muito profissional - e com pontos de controlo de imagem muito úteis e interessantes, este programa prima pela rapidez e fluidez do trabalho. Não suporta layers - mas quem faz boa fotografia a partir da máquina fotográfica não precisa muito da edição/criação de layers,- mas esta opinião vale o que vale,sendo que por vezes os mesmos podem ser úteis, mesmo em edição básica de fotografia. Um bom programa, mas não é grátis, custa pouco mais de 300 euros; Recomendado

Grau de dificuldade de adaptação ao software e sua total exploração e uso: baixo/médio

Noiseware Professional - este programa é específico para a redução do ruido nas imagens. Tanto está disponivel como "standalone" como para plug-in "8BF" - Photoshop e outros programas que aceitem plug-in's 8BF. No que concerne os resultados, pois são surpreendentes; fornecido já com alguns algoritmos base, podemos consoante a imagem, criar os nossos próprios; programa não grátis; custo do package completo - standalone e plugin, versão profissional: pouco mais de 50 euros. Recomendado

Grau de dificuldade de adaptação ao software e sua total exploração e uso: baixo/médio

PTLens - outro programa - muito barato - que se dedica exclusivamente a corrigir aberrações de perspectiva das objectivas. Vendido como standalone e plugin 8BF, é aquilo a que eu chamo: indispensavel; custo: 10 euros. Recomendado

Grau de dificuldade de adaptação ao software e sua total exploração e uso: baixo

Genuine Fractals - plugin específico para usar unicamente com o Photoshop. Específico para quem quer ampliar e imprimir as suas imagens para tamanhos...bastante maiores que o original, sem perda de qualidade alguma. Muito útil como disse para quem, como eu, imprime o seu trabalho para publicação e exposições, em ampliações bastante maiores que os ficheiros originais. Preço: pouco mais de 100 euros. Recomendado para quem quiser imprimir imagens em tamanhos muito superiores ao "permitido" pelos ficheiros originais e que dependem dos sensores das máquinas.

Grau de dificuldade de adaptação ao software e sua total exploração e uso: baixo/médio

Photoshop - a "referência" mundial sem dúvida mas como disse acima, mais direccionado para os grafistas, criadores de web, etc. No entanto as suas capacidades ao nivel da fotografia digital são excelentes, e dizer o contrário seria estar a mentir. Caríssimo - a versão base custa mais de 800 euros - se o utilizarmos para a fotografia somente. O Lightroom - do mesmo fabricante e a pouco mais de 300 euros - seria a opção certa, ou o Photoshop Elements 6 - 65 euros - mas o Lightroom é mais completo e mais "fotográfico" que o Elements. Para mais, para se fazer uso total do Photoshop...é preciso tirar um curso; Uso-o essencialmente para usar os plugins da HP Pro printing e da Genuine Fractals, plugin's (8LI) que só trabalham através do Photoshop - o preço da fama . Ao preço a que está e atendendo a que é mais um programa gráfico do que de fotografia, não o posso recomendar, para mais tendo o Gimp como um forte opositor e sem qualquer custo. No entanto e repito, as suas capacidades fotográficas são excelentes. Muito rápido contudo, naquilo que faz.

Grau de dificuldade de adaptação ao software e sua total exploração e uso: médio/Alto

E agora, sobre os três softwares com que trabalho:

XNView -  Este foi talvez o primeiro programa que usei quando em 2001 me converti à imagem digital. E tem vindo a melhorar constantemente. É um visualizador multimédia, que importa e lê 400 tipos de ficheiros gráficos e exporta mais 50. Notável. Permite edição de imagens, lê todos os ficheiros RAW, tem diversos plugins interessantes, outros tantos add-ons , mais um sem numero de filtros e aceita plugins 8bf ( Photoshop ). Estar aqui a descrever todas as funções e capacidades do mesmo, era estar a escrever um longo texto. Rápido no que faz, leve no sistema, é um ajudante precioso para quem trabalha com muitas imagens e as quer visualizar e categorizar rapidamente, para depois as editar directamente nos programas de edição avançados. Um precioso complemento sem dúvida , um vencedor nato no seu género e se não for o melhor, é concerteza dos melhores. Obrigatório a meu ver.

Grau de dificuldade de adaptação ao software e sua total exploração e uso: Baixo

Gimp - Uma das minhas preferências e outra das minhas recomendações para quem se quer iniciar, apesar da aprendizagem do programa ser morosa - tipo Photoshop - mas tem também um excelente ficheiro de ajuda. Um programa poderosíssimo e...grátis. Inicialmente concebido para plataformas Linux, depressa nasceu a versão para o Windows. O problema é que grande parte dos fotógrafos mal o conhece ou mesmo experimentou. Confesso que a primeira vez que se trabalha com ele, sentimo-nos perdidos na " confusão " de janelas que o interface do programa abre, sendo este o principal defeito que se lhe aponta a nivel geral, mas depois e como em tudo na vida o hábito ultrapassa este senão, a coisa funciona e bem. Este é o "Photoshop dos pobres". Mas não se deixem enganar: o Gimp faz frente ao Photoshop, aliás é considerado a nivel mundial como sendo dos únicos programas que faz frente ao Photoshop nas suas principais vertentes - grafismo e fotografia . Faz tudo o que o Photoshop faz, se bem com denominações diferentes e de formas diferentes. Para além de vir muitissimo bem munido com imensas ferramentas quer para grafismo, quer para fotografia, tem também os seus plugins próprios que são muito eficazes e bem "programados" quer para fotografia quer para design gráfico e tudo isto...grátis também. Incrivel como se faz um programa destes grátis. Lê e salva um inumero tipo de ficheiros de imagem, *PSD incluido e o seu ficheiro nativo - *XCF - guarda os trabalhos que vamos fazendo com todos os seus layers. Este formato pode-se guardar sem compressão, ou com duas compressões "lossless" - BZ2 e GZ. Aceita certos plugins "8BF" - ( plugins para o Photoshop ) - mas alguns trabalham melhor que outros, mas visto que os seus próprios plugins são muito bons e fazem quase todos as mesmas coisas, está tudo dito. Sendo um programa grátis é a meu ver também um "must have" no computador de qualquer apaixonado da fotografia. Para ler e editar ficheiros RAW, tem de se instalar também o programa UFRaw dentro do proprio Gimp, o qual é um excelente leitor e editor de ficheiros RAW. Mesmo muito bom. Ah...e já disse que é grátis ? Muito bom e competente. O Gimp tem um único senão para já: só trabalha imagens de 8 bits por canal e não 16. Mas isto também se passa com outros,nomeadamente o Paint.Net. No entanto a nova versão 2.5, que sairá brevemente, já ultrapassa esta limitação. Mesmo assim, um excelente e poderoso editor da imagem fotográfica. Diria que trabalho com o Gimp a maior parte das vezes pois gosto imenso deste programa e dou-me bem a trabalhar com ele e os resultados são para mim muitissimo bons. É caso para perguntar: com o Gimp de borla , quem precisa do Photoshop, mesmo que "ilegalmente"? Muito Recomendado

Grau de dificuldade de adaptação ao software e sua total exploração e uso: médio/Alto

Nikon Capture NX - A minha outra preferência. Programa 100% dedicado para fotografia, da Nikon -produzido em parceria com a Nik Software - para trabalhar ficheiros raw "NEF" ( Nikon Electronic Format), JPEG'S E TIFF'S, no fundo os dois ficheiros mais utilizados em fotografia digital, juntamente com os ficheiros RAW. Começa a ser também referência no mundo do software de edição de fotografia digital.Programa inovador e muito poderoso, que utiliza a tecnologia "U-Point". No fundo podemos se quisermos e se for necessário - sobretudo para quem trabalha a cores - trabalhar diversas zonas da imagem sem aplicar "layers-masks". O LightZone - da Lightcrafts - faz a mesma coisa de modo diferente. Uso-o essencialmente para trabalhar os meus ficheiros RAW e especialmente quando trabalho a cores ( sendo que uso por vezes e também o UFRaw dentro do Gimp, com bons resultados ). É excelente mesmo, intuitivo e de fácil utilização e com ferramentas fotográficas de alto nivel e únicas. O porquê de usar quase sempre este programa para "revelar" os meus ficheiros RAW ( da Nikon ), explico abaixo. Uma das vantagens que este programa tem, é que pode ler JPEG'S e TIFF'S de qualquer origem e transformá-los em NEF, antes da edição. O ficheiro NEF não é destrutivo, o que como com qualquer ficheiro RAW é uma vantagem. Podemos depois editar em NEF o que quisermos, o programa guarda todos os estágios da edição que fizemos, e depois de guardarmos o NEF após a edição, salvamos a imagem em TIFF ou JPEG conforme necessitemos. Obviamente que ao trabalhar originais JPEG, estamos a trabalhar imagens de 8 bits por canal, mas mesmo assim, vale a pena. Assim é um programa bastante versátil que pode ser usado por qualquer pessoa que fotografe em JPEG, independentemente da marca de máquina fotográfica que use. Preço médio: 120 euros, o que e
tomando em consideração o poder fotográfico do mesmo, é uma pechincha.
Muito Recomendado para os possuidores de Nikons, mas não só.

Estou agora a testar o Nikon Capture NX2, que ainda é mais completo, com um interface e usabilidade bastante melhorados e ferramentas adicionais. Depois direi na altura propria como trabalha o "animal". O preço rondará na mesma os 120~150 euros para a versão "full" e o upgrade para quem tem a versão 1.xxx os 70 euros, que é o meu caso. Preço mais que justo e "confortável" para um programa que a meu ver é muito bom.


Grau de dificuldade de adaptação ao software e sua total exploração e uso:Médio

Um conselho a quem trabalha com ficheiros RAW: utilizem numa primeira fase o programa que vem geralmente distribuido com a vossa máquina fotográfica - caso a mesma resgiste em raw. Porquê ? Porque no fundo estão adaptados à própria máquina e sensor que a mesma usa e geralmente os softwares independentes - Photoshop's e outros, mas nao todos - não conseguem "interpretar" por inteiro o balanço de brancos, e curvais tonais específicas da máquina fotográfica. Isto é uma realidade certa e não é conversa da treta. Uma vez, um "colega" fotógrafo/cibernauta americano, escreveu-me a dizer que não conseguia reproduzir fielmente as cores que via nas imagens originais, depois de transformar os ficheiros RAW - no caso eram CR2 da Canon - no Photoshop. Perguntei-lhe se alguma vez tinha usado o programa proprietário da Canon. Disse-me que não e que ia experimentar. Resultado: nunca mais usou o Photoshop e o Adobe Camera Raw para trabalhar os ficheiros CR2. Quero aqui realçar no entanto e mais uma vez o UFRaw, que instalado no Gimp, faz um trabalho soberbo na leitura e edição de ficheiros RAW.

Outros programas de edição existem e com alaridos e confirmações de serem competentes, como é o AcDsee, Capture One, Corel Paintshop Pro, PhotoImpact, DXO Optics Pro, LightZone , e tantos outros mas só falo daquilo que experimentei e que uso ou usei.

Obviamente que aconselho sempre e numa primeira linha, programas gratuitos como o Pain.Net e sobretudo e sem qualquer hesitação o Gimp, pois são tão competentes quanto aqueles que se pagam e se calhar...até mais ( caso do Gimp ). A única excepção é sem dúvida o Capture NX, - e o seu sucessor, o NX2 - pois por aquilo que oferece, é praticamente de borla ,mas realmente mais direccionado para possuidores de camaras Nikon, como eu.