terça-feira, 3 de junho de 2008

Sigma 10-20 - f/4-5.6 EX DC HSM


As possibilidades criativas e de composição de uma objectiva super-grande angular são imensas e se bem aproveitadas, dão imagens "dramáticas" e com impacto. Para além disso são as objectivas ideais para fotografar paisagens, grandes espaços e no meu caso, para fotografia com perspectivas e composições radicais.

Os 28 ou mesmo 24 mm que geralmente estão associados à maioria das objectivas zoom standard é um pouco "curto" para mim e assim decidi comprar no Verão do ano passado uma super-grande angular a sério. Aliás, não comprei nada, pois foi a minha mulher que me a ofereceu.

Depois de ler tudo o que havia para ler sobre testes e comparativos, decidi-me pela Sigma 10-20.

Na corrida estiveram essencialmente 4 objectivas: a Nikkor 12-24, a Tokina 12-24, a Sigma 10-20 EX e a Sigma 12-24mm. Ainda não existia a Tokina 11-16 f/2.8 , que acabou praticamente de ser colocada no mercado e que se existisse na altura seria mais uma dôr de cabeça em termos de escolha , especialmente por ter uma abertura constante de 2.8. Mas...isso não significa que tenha melhores resultados de imagem final. Mas a Tokina é uma marca muito conceituada e portanto esta nova objectiva deve ser muito boa. Esperemos contudo que não sofra dos mesmos defeitos da Tokina 12-24, no que toca o controlo das aberrações cromáticas, distorções e poucas amizades com contraluz. A ver vamos.

Sendo que a D200 é uma camara de sensor APS-C "cropped" com um factor de multiplicação de de distancia focal de 1.5x , as distancias focais das objectivas têm de ser multiplicadas por este factor. Em termos ópticos, qualquer das propostas acima era muito boa, com a Nikkor a ter uma vantagem, seguida da Tokina e das Sigmas, sendo que as que tinham melhor controle sobre a natural deformação inevitavel eram a Nikkor e as Sigma. No controlo de aberrações cromáticas, a Nikkor e a Sigma levam a melhor sobre a Tokina, em termos de nitidez, também a Sigma tem nota alta em todas as distancias focais. Aliás a Sigma foi a primeira marca a atrever-se a fabricar as primeiras zoom super-grande angulares para o mercado digital, como provam os dois modelos mencionados e portanto os engenheiros da Sigma têm neste capitulo alguma coisa a dizer. Em termos de controle de deformações, a Sigma 12-24 a meu ver é a melhor delas todas, seguida pela Nikkor e pela Sigma 10-20. De notar que a Sigma 12-24 é uma objectiva "full", isto é, é feita quer para máquinas "full-frame", como a Nikon D3, Canon EOS 1Ds MKIII e EOS 5D, quer para máquinas "cropped frame", o caso da D200 e da maioria das DSLR's existentes. E se os resultados desta objectiva em "full-frame" são muito bons, em "cropped" são ainda melhores.

Mas sendo mais cara que a 10-20, decidi-me mesmo por esta última, pois que comparando com as outras, é uma objectiva que vale bem o dinheiro que se paga por ela. Para além do mais, os 2 mm de diferença na distancia focal mais curta, equivalem a 3,5 mm quando instalada na D200, o que é uma grande diferença e este foi o factor determinante para a escolha. A Nikkor é cara - a mais cara delas todas - com uma construção externa a meu ver pouco "Nikkor", sendo que as que têm melhor construção exterior global são a Tokina - excelente mesmo - e as Sigma. As Sigma têm também a seu favor um melhor controlo sobre exposições em contraluz. A Nikkor e a Tokina têm pelo seu lado a vantagem de serem "mais rápidas " como atesta a sua abertura constante de f/4, contra os f/4~5.6 da Sigma 10-20 e dos f/4.5~5.6 da Sigma 12-24.

Mas falemos então desta Sigma 10-20 que se "transforma" numa 15-30 na minha D200. Sendo uma objectiva da gama "EX" - o topo da gama da Sigma em termos de construção - é uma objectiva muito bem construida quer exteriormente, quer interiormente - 14 elementos em 10 grupos, com 3 lentes asféricas e 3 lentes SLD (Super Low Dispertion) - , com mecanismos muito suaves, precisos e sem folgas. A sensação de solidez é muito positiva. O sistema de focagem interno faz com o elemento frontal não rode, o que permite utilizar filtros polarizadores e parásol. O diametro dos filtros é de 77mm. Tem motor de focagem HSM – Hyper Sonic Motor – extremamente rápido e silencioso e permite focagem manual directa, para além de eliminar as aberrações provocadas pelos sistemas de focagem. A distancia minima de focagem em qualquer ponto de distancia focal é de 24mm ao plano de filme – neste caso ao plano do sensor. A objectiva pesa 465 gramas.

No terreno – ou nas imagens – pois o que é extraordinário é a nitidez em todas as distâncias focais e então se fecharmos a abertura para f:8, ficam muito boas. No que toca a distorções, apesar de bem controladas, este bom controlo nota-se mais na casa dos 15 a 20mm e menos na casa dos 10-12mm, mas mesmo assim, não nos esqueçamos que estamos a falar de uma super-grande angular, com uma distancia focal minima menor que qualquer uma da concorrência. Nada que contudo não seja muitissimo bem e facilmente corrigido no software - quer seja no PTLens quer seja no Gimp 2.4.

No seu todo, esta objectiva atendendo ao seu preço de venda – na casa dos 460 euros – é imbativel, pois que e só em termos de comparação, a Nikkor 12-24 custa 822 euros. A única séria concorrente desta Sigma 10-20, será sem dúvida a nova Tokina 11-16, sobretudo com a vantagem de ser mais "rápida" ou luminosa em todas as distancias focais – f/2.8. Se fôr tão "nítida" quanto a Sigma é e se controlar bem as distorções, é sem dúvida uma objectiva a ter em conta, pois que o seu preço anda na casa dos 520 euros, apesar de ser mais "estreita" em termos de distâncias focais, 11-16 = 5 mm contra 10-20 = 10 mm, o que garante à partida mesmo assim, um melhor controlo das aberrrações e deformações e por certo foi por isso que a Tokina resolveu "encolher"  a gama das distancias focais nesta sua nova objectiva. O certo é que e pelo meu lado, estou muito satisfeito com a Sigma 10-20 e recomendo-a aos amantes das super-grandes angulares. É  talvez, a objectiva que mais uso.

Podem ver algumas imagens feitas com ela, aqui
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